quarta-feira, 20 de junho de 2007

Dica #21: Andar aos “esses”

Os motards são todos malucos e anormais já parece mais um mito urbano. Pela minha parte tenciono fazer o que estiver ao meu alcance para desmistificar a coisa. Por exemplo, que raio é aquilo de um motard andar aos “esses”?

Não, não se trata de maluquice, como eu já ouvi muita gente comentar.

Fazer “esses” serve para aquecer toda a superfície do pneu da mota.

Mas um espectador que não saiba disto tem logo a deixa clássica de achar que o tipo da mota é uma besta. Eu próprio antes de andar de mota não fazia puto de ideia do assunto, e conheço muitos motards que não sabem o porquê de fazer os “esses” nem a sua importância. É natural, a mim se não me tivessem explicado provavelmente nunca chegaria a essa conclusão.

Andar aos “esses” com a mota – incliná-la de um lado para o outro sucessivamente – é algo que é preciso fazer, por vezes, numa mota para pôr toda a superfície do pneu na temperatura ideal de funcionamento, para o pneu agarrar bem o alcatrão.

“Ah, mas isso é um disparate?!!!” dirá o espectador descrente. Não, não é.

Os pneus das motas de estrada têm um formato redondo, mais em “U” ou mais em “V” dependendo se é mais um pneu de turismo ou um pneu mais desportivo. E isso significa que apenas uma parte do pneu está em contacto com o alcatrão, quer a mota vá a direito, quer vá inclinada. Com a mota a direito, no pneu de trás essa parte equivale apenas a ± 6 cm (no centro), dependendo se é mais redondo ou mais em “V” (à frente é ainda menos).

Ora bem, um motard sai de casa, faz uns kms a direito com uma ou duas curvitas suaves, e o que acontece é que só o centro do pneu atingiu a temperatura ideal de funcionamento. Mas as partes laterais ainda não teve contacto com o alcatrão. Entretanto ele apanha uma curva e deita a mota, só que a parte lateral do pneu ainda não aqueceu o suficiente, e pode muito bem acontecer o pneu escorregar. O tipo(a) apanha um susto. O pneu ainda não tem toda a aderência que devia ter, porque não está na temperatura ideal de funcionamento.

Quanto mais desportivo for o pneu maior é a necessidade de aquecê-lo bem. Porque os pneus mais desportivos são feitos para funcionar a temperaturas mais elevadas, logo levam mais tempo a aquecer (assim como, também arrefecem mais depressa), o que quer dizer que exigem um cuidado maior do condutor para os manter “quentes”.

Por isso, se tu és um automobilista e vires um motard a fazer uns “esses” à tua frente diz para ti em tom de admiração: “Ali vai um tipo consciencioso!”

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Dica #9: O Homem-Aranha
















Em cima da mota só há um músculo que deve ir em tensão constante: o cérebro.
Controlar uma mota tem tudo a ver com equilíbrio e fluidez de movimentos. Mas para isso não podes ir em cima da mota tipo boneco de gesso.

Isto pode parecer a maior banalidade do mundo. Mas quantos motards não vemos que parecem ter engolido um garfo, de tão direitos que vão a conduzir? Eu quando comecei era assim, e quando chegava às curvas parecia o homem estátua com o corpo mais rijo que mármore. Não dá. Isto influencia o comportamento da mota e rebenta contigo em pouco tempo.

Os braços e mãos têm de estar relaxados, em vez de fazerem peso sobre os punhos. O abdominal e as coxas é que devem suportar o peso do corpo. Deves conseguir mexer-te à vontade em cima do banco, de um lado para o outro, para a frente e para trás. Se tiveres o corpo tenso a rigidez dos teus membros é transmitida ao chassis da mota, e isso influencia directamente o comportamento em curva, a direito, nas manobras e vai deixar-te todo partido ao fim de poucos kms.
Se estiveres agarrado com força aos punhos até podes estar a contrariar o movimento natural da mota e nem sequer dares por isso. Um bom barómetro é perceberes se ao fim de poucos kms começas logo a ter dores nos pulsos, ou nas costas.
Relaxa o corpo, põe-te numa postura natural, procura sentir o equilíbrio natural da tua mota e usar a força do teu corpo apenas para controlar esse equilíbrio quando é necessário.
Sempre que andares de mota pensa que és o homem-aranha agarra-te à mota com leveza e flexibilidade e mantem sempre o teu sentido do perigo alerta, é mais seguro e mais eficaz do que pensares que és o homem-de-ferro.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Ninja ZX12R: a segunda melhor mota do mundo (Parte I)





















CABUUUUUUUUMMMM!!!!! Um ninja12 assassino, que teve aulas com um taliban, explode-se com 10 quilos de Semtex contra a minha pessoa e a minha Busa, por causa da tamanha heresia que acabei de dizer ali no título.

Como assim a segunda melhor mota do mundo?!

Antes de começar e explicar-me quero fazer um enquadramento geral. A Kawasaki Ninja ZX12R é uma mota da categoria hiperdesportiva. É uma mota de estrada, com um motor de 4 cilindros 16v, 1199cc e mais de 190cv (de origem, declarados pelo fabricante, quando o ram air – admissão forçada de ar no motor – entra em funcionamento). É uma bestialidade de mota que tem performances do outro mundo, e foi construída para fazer concorrência a outra bestialidade de mota que é a Suzuki Hayabusa, de que já aqui falei (ver “A vida na Hayabusalândia”). A Ninja 12 era para ser a cartada triunfal da Kawasaki para acabar com o jogo entre as marcas japonesas de ver quem fazia a mota mais potente e mais rápida do mundo. Se começarmos pelo período em que a Honda lançou a XX Blackbird, cronologicamente temos a seguir a Hayabusa da Suzuki, e depois a Ninja 12 (lançada em 1999). Para terem uma ideia de como é feroz a competição entre as marcas japonesas reparem que até o nome da Suzuki mostra esse posicionamento: Hayabusa – japonês – espécie de falcão, que come pássaros, e a Honda chama-se Blackbird!

Podemos dizer que em termos de perfomance a Busa engoliu duma assentada a Blackbird e cuspiu as penas. Portanto até 2006 tivemos num canto a Busa e no outro a Ninja 12. Degladiaram-se nas pistas, nos testes, nas vendas, nas auto-estradas, no boca-a-boca nos cafés. Então a BMW espantou tudo e todos com a K1200S. Os amigos germans perderam a cabeça e passaram a fronteira auto-imposta dos cem cavalos, logo com um passo de gigante. Ou por outras palavras abriram a pestana e finalmente presentearam o mundo com a versão alemã de uma mota que anda ali entre o hiperdesportivo e o superturismo. Uma mota de estrada com um motor de 4 cilindros, 1200cc, de 160 cv!, uma ciclista capaz de fazer tremer as all mighty japonesas, e bastante mais confortável. E por fim no ano passado a Kawasaki lançou a ZZR 1400.

Agora a vida da Ninja 12 tal como a conhecemos está a chegar ao fim. Em estilo de biografia podemos dizer que viveu marcada pelo duelo com a Busa.
Este duelo mais do que ser épico é um retrato perfeito do que é a relação do homem com a sua máquina.

Quem tem a Ninja 12 dirá sempre que é a melhor mota do mundo e vice-versa. Em comum essas pessoas têm também o facto de a sua paixão ter crescido com a utilização. (Ou isso, ou ficaram intimidadas pela bestialidade duma ou outra e venderam-nas logo de seguida.) Mas será que é possível chegar a uma conclusão?

Vamos lá ser honestos e pôr as paixões de lado. A Kawasaki Ninja ZX12R nunca conseguiu assumir-se, para lá de qualquer dúvida, como a melhor hiperdesportiva do mundo. Ah pois não! No mínimo dos mínimos sempre subsistiu a dúvida “será que é?”, “será que não é”, “é mais rápida?”, “mais velocidade de ponta?”, “ melhor binário?”, “mais elástica?” “melhor na Dragstrip?”, “melhor a curvar?”, “melhor no conjunto?”, “e se lhe fizermos um tuningzito?”, “eu acho que sim”, “eu acho que não”. Polémico, portanto.

As opiniões vão dividir-se sempre. Até conheço mais do que um representante de uma ou ambas as marcas (Suzuki e Kawasaki) que com frequência colocava essa pergunta aos seus clientes “mas qual é que achas que é a melhor?”.

Em vários testes independentes, sem kitanços de parte a parte, só com as meninas de origem, a Hayabusa bateu vezes repetidas a Ninja. Para ser justo também tenho visto ao longo do tempo alguns testes em que uma Ninja bateu uma Busa. Quanto a kitanços nem vou entrar por aí por uma razão simples: até hoje ainda ninguém descobriu qual o verdadeiro limite do motor da Busa! Elas continuam a aparecer com 499 cv e 700cv e até em carros de corridas são usados. Isso traz muitas outras variáveis para a questão, portanto fica para outro dia.

Como proprietário de uma Hayabusa ouvi dezenas de vezes tipos a dizer com um sorrisito travesso “mas a Ninja 12 é melhor”, na maioria são pessoas que nunca fizeram muitos kms em nenhuma das duas, muitas nem sequer chegaram a sentar o cú em qualquer uma delas, quanto mais rodar kms suficientes em ambas para perceber qual é a melhor. Quanto aos que tiveram oportunidade de andar nas duas o suficiente, nunca conheci ninguém que racionalmente conseguisse dizer esta é melhor, ou aquela é que é. Só emocionalmente.

Mas digamos por hipótese que no combate Ninja12 v Busa o juri estava dividido por igual e que se avistava um empate técnico. Se dúvidas houvesse elas desfizeram-se no dia em que a Kawasaki lançou a ZZR 1400. Nas palavras do próprio director de marketing mundial da Kawasaki na conferência de imprensa no lançamento “Estávamos fartos de ouvir falar da Hayabusa”. Isso significa que a Busa venceu aos pontos no que diz respeito a: vendas, testes e na mota mais frequentemente mencionada como a melhor hiperdesportiva do mundo. A Kawasaki quis claramente pôr um ponto final nesse assunto, e para isso teve a necessidade de fazer uma mota em vários aspectos melhor que a 12. E agora nos testes a nova ZZR 1400 bate a Hayabusa e ponto.

Encerrada que está a discussão dos números (potência, e tempos), até a próxima versão da Busa sair, deixem-me dizer o que eu sempre pensei desta discussão entre a 12 e Busa: é conversa de merda. É conversa do género “a minha pila é maior que a tua”, mas por uma diferença de milímetros, não de metros e muito menos de kms.

Eu que vivo no mundo real das perfomances humanas, que não tento fazer numa mota mais do que me sinto confortável fazer, vejo a questão bem mais de outra maneira. Vou dar-vos um exemplo: eu e o meu cunhado vamos para a serra, ele vai na 12 dele eu vou na minha Busa, ele curva mais rápido que eu. Nós trocamos de motas como fizemos milhares de vezes, ele continua a curvar mais rápido que eu. Ou seja, o que as mãozinhas do condutor conseguem fazer é bem mais relevante do que qual delas é a máquina com os melhores tempos. Qual é a conclusão?

Na estrada, em última análise, o mesmo condutor da vida real, num mundo real, (por oposição aos deuses que vemos no Motogp) não conseguirá ser estupidamente mais rápido numa ou noutra, mas conseguirá ser estupidamente feliz por igual a conduzir ambas.

E se para ti isto não for o mais importante, então o melhor é ires para uma dragstrip fazer arranques contra uma Ninja, ou contra uma Busa conforme a que for a menina dos teus olhos. Ou para a auto-estrada que é que faz muita gente. Pessoalmente, não acho muito interessante, e depois mesmo aí as mãozinhas fazem diferença.

Ninja ZX12R, a diabólica (Parte II)

E assim o que importa dizer é que a Ninja 12 é um estrondo de mota! Tem uma perfomance tão fabulosa e única que dificilmente encontrarás melhor. E comparando com a Hayabusa só tenho a dizer: é o exemplo perfeito de como duas máquinas conseguem de maneiras tão distintas dar exactamente o mesmo nível de adrenalina e emoção, em quantidade e qualidade. Em termos de performance a 12 é completamente diferente da Busa, mas é mais uma diferença de carácter e personalidade, do que uma diferença para melhor ou para pior. E isso é importante na hora de escolher uma das duas: perceber qual delas combina melhor com a tua personalidade, com a tua forma de conduzir, e em qual delas tu conseguirás tirar o melhor motard que há em ti. Aí, pois claro, haverá um vencedor para cada um.

Para o Ninjabroder que tem uma 12 há 4 anos, com 26 mil kms, e umas mexeditas que lhe sacaram mais potência do 1200cc, ainda hoje ao andar nela não acredita que haja qualquer outra mota capaz de a igualar em aceleração e binário. Para mim que já andei várias vezes nessa 12 tenho a dizer que fico parvo cada vez que lhe abro o punho. Se na Busa a potência aparece como um pontapé na cara, na 12 é a elasticidade do motor que me parte a cabeça toda. Aquilo é um demónio que não se revela à primeira torcida de punho. Vai-se revelando.

Testes a Ninjas 12 em banco de ensaio revelaram uma potência de aproximadamente 163cv na roda quase às 10 mil rotações. Isto confirma a sensação quando se conduz de ser um motor pontudo. É quando as rotações começam a subir que o demónio destapa a cara toda e mostra uma fúria de fazer homens grandes borrarem-se pelas pernas abaixo. Imaginem só +190cv que aparecem em todas as mudanças, até em 6ª com toda a fúria perto do redline (11 mil). Como diz o Ninjabroder “é preciso conhecê-la de coração para saber domar a besta”. E ter barba rija, acrescento eu.

Ao saltar para cima da bicha nota-se logo que é alta. O quadro monocoque é no mínimo uma solução original. Agarra o motor numa posição elevada, logo o centro de gravidade não é baixo. Mas a posição de condução até é bastante confortável para uma “R” . O banco é espaçoso, as pernas não vão demasiado encolhidas e o peso do tronco não vai todo em cima dos pulsos. O ecrã protege bem mais que o da Busa. Para fazer velocidades de cruzeiro de +250km/h uma pessoa vai menos encolhida que na Busa. Mas o banco é rijo e isso nota-se bem ao fim de um dia de viagem. E a propósito de um dia de viagem, a 12 tem fama e proveito de ser sedenta de gasosa. Em boa verdade a ideia que tenho quando eu e o Ninjabroder nos juntamos em passeatas é que esvaziamos os depósitos (21L ambos) mais ou menos em simultâneo. E a Busa até faz umas boas médias tipo 7l/100km com um abuso relativo.

Também não é menina que goste de passear pacatamente na cidade ou entre carros, apenas porque o motor vai estar sempre a pedir rotações, porque serpenteá-la até se faz bem. Maior problema é se começar a aquecer, nessa altura há duas ventoinhas que vão libertar um inferno direitinho a ti.

Mas vamos lá ver! Aquilo que define a Ninja é ser uma mota racing em todos os aspectos, não um racing de pista tipo uma Ducati 999R, mas sim um espírito racing que se nota logo que começas a andar. Ela não gosta de andar devagarito, ela gosta que puxem por ela até ao limite. Seja pelo motor, seja pelo chassis a curvar. E se o tentares fazer, ela recompensa-te com um limite fora do alcance do comum dos mortais. Estrada aberta e curvas, é o que ela te vai pedir. Aí, numa palavra, é: alucinante.

Para o tamanho que tem é uma mota super equilibrada, ao ponto de não ter nem precisar de amortecedor de direcção, o que para uma mota com 208kgs e +190cv que voa e curva assim tão rápido é dizer muito. Mas as boas sensações que a Ninja transmite não aparecem logo. Logo, logo, quando lhe saltas para cima, parece uma mota nervosa, alta que, a baixa velocidade, até nem parece ter muita vontade de se deitar, como se houvesse ali uma certa resistência. É quando a paisagem começa a ser um borrão colorido que começas a perceber o mundo de performance que tens nas mãos. Para domá-la em pista, ou em curvas apertadas tipo serra precisas de garras de ninja, mas vais conseguir ser rápido. Ao longo dos anos o chassis da 12 tem sido merecido de alguma imprensa especializada o galardão de ser mais competente que o da Hayabusa. À semelhança do motor, é a puxar pelo chassis que se nota a sua grande eficácia. É duro de uma maneira que transmite segurança, em curva e a qualquer velocidade absurda que decidas dar. E é nessa altura que te vais sentir mais confortável nela. Isso é o verdadeiro “milagre” que a Ninja consegue sacar. Quem diria que é a 280km/h que te sentes bem nela, ou a 120 numa curva apertada que deverias fazer a 60, ou a 240 numa curva que deverias fazer a 100!!!! Parece mal estar a falar a falar destas velocidades mais que ilegais? Só tenho a dizer que foi para isso que esta mota foi feita e é a esse nível que ela opera melhor, que transmite ao condutor o melhor que tem para dar. A esse nível o condutor sente que a mota está confortável, segura e sente até que tem muito mais para dar. É estupidamente ilegal, mas não se enganem quem tiver uma 12 mais tarde ou mais cedo vai ver-se numa situação desse género.

Quanto à travagem é um verdadeiro assombro. Esqueçam o travão de trás. É o da frente que manda tudo. É só um cheirinho com um dedo e uma pequena mordidela faz parar o monstro. Os Tokico de 6 êmbolos têm a sensibilidade de um mamilo arrepiado, reagindo sempre ao mais leve toque. E isso faz toda a diferença na hora de ter confiança para domar a besta.

Acredita que é demónio para te pregar uns sustos, não é mota para iniciados. Isso pode acontecer quando a pessoa que a conduz começa a experimentar esticar-se mais. Não é que ela tenha reacções bruscas ou inesperadas, é a velocidade que tu atinges que te pode apanhar desprevenido, ou então se não souberes muito bem o que estás a fazer. Se não a conheces vai avançando com todos os preliminares, e então sim ela vai te recompensando com performances muito além das tuas capacidades.
E para além disso saca cavalos que é uma maravilha. Aquilo deve ser melhor que chocolate porque cada vez que saio com o meu cunhado em 100 kms, 50 a roda da frente vai no ar! (E olhem que o Ninjabroder gosta mesmo de chocolate!)

Meu amigo, o reinado da Ninja 12 seja lá ele qual for será definitivamente delapidado pela ZZR 1400, é comercialmente inevitável. Já quase não se vêem nas ruas, nem sequer no Algarve onde as Kawas dominam a olhos vistos as ruas. E isso poderia querer dizer que esta conversa toda veio tarde.
Mas, e isto é um grande “mas”, se pensares bem é provavelmente uma boa altura para comprar uma. É de esperar que o preço dela nova nos stands baixe um pouquito face à ZZR 1400 e à GTR que aí vem e, por outro lado, se encontrares uma Ninja 12 à venda em segunda mão com poucos kms que saibas que é de absoluta confiança vais conseguir negociar um bom preço para ti. A única recomendação é teres um mecânico de confiança que lhe faça toda a manutenção certinha, e então ó meu amigo, nem penses duas vezes!, será provavelmente uma das maneiras mais baratas de teres uma mota com as melhores perfomances do mundo. Ou por outras palavras, uma maneira acessível de poderes mostrar ao mundo que tens uns tomates grandes. Muito grandes.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Para o meu Tiago






















Hoje é dia mundial da criança não podia deixar de prestar aqui a minha homenagem ao puto mais espectacular que há: o meu Tiago de 3 anos e 6 meses (completados precisamente hoje). O maior dos vencedores, nascido prematuro de 27 semanas e 3 dias, pouco maior que um palmo da minha mão. Logo desde o primeiro minuto de vida mostrou ao mundo que estava cá para lutar pela vida.

Chego a casa já tarde para variar. Umas 22h talvez não me lembro bem, mas é mais ou menos o costume. Maravilha das maravilhas o Tiago ainda está acordado. Ainda antes de tirar o blusão as luvas e as botas vou direito ao quarto dele com um enorme sorriso e muita excitação. Espreito ainda antes de entrar. Ele está à direita da porta, em pé agarrado ao armário dos brinquedos com as duas mãos e, com um ar de polícia sinaleiro estende-me a mão em sinal de STOP! e fala-me com autoridade:

- NÃO NÃO! Não entres estou a fazer cocó!

Há lá coisa melhor do que as crianças? Não, não há.

Controlo a vontade de me partir a rir e digo-lhe:

- Ok, então vou ali despir-me e pôr o pijama, já volto…

E o puto:

- Está bem, e depois podes vir dar-me um beijinho!

E como por magia toda a trapalhada e stress de um dia atribulado se evapora instantaneamente.